Tratamento do câncer de próstata.
Clínica  terapêutica
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Tratamento

 

HPB

Confirmado o diagnóstico de HPB, o primeiro ponto que você deve saber é que, se não for tratada, essa doença, apesar de benigna, pode provocar complicações graves:

  • retenção de grandes volumes de urina;
  • comprometimento dos rins;
  • predisposição para infecções urinárias, etc.

 

Câncer de Próstata

É assustador, mas não se pode fugir da realidade de que um câncer de próstata representa hoje o tipo mais comum de câncer no homem. Estima-se que um em cada dez homens vai desenvolver câncer de próstata em alguma fase de sua vida.

O tumor se inicia na maioria das vezes na zona periférica, para depois crescer e invadir as demais áreas da próstata. Pode permanecer confinado à glândula, mas também pode se expandir, afetando as regiões vizinhas ou, em casos avançados, alcançar partes mais distantes, a exemplo dos gânglios (do sistema linfático) e dos ossos. São as conhecidas "metástases".

O diagnóstico de câncer prostático, em geral, fundamenta-se nos seguintes exames:

  • Toque retal;
  • Determinação do nível de PSA (antígeno prostático específico);
  • Ultrassonografia transretal;
  • .

O tratamento do câncer de próstata é quase sempre de natureza cirúrgica (prostatectomia radical), quando diagnosticado na fase inicial.

Outros tratamentos:

  • Radioterapia;
  • Hormonioterapia;
  • Irradiação interstical;
  • Criocirurgia.
Radioterapia interna ou Braquiterapia
 

O prefixo médico "braqui" significa curto. Braquiterapia é o termo dado à aplicação de fonte ou fontes radioativas o mais perto possível ou até dentro do tumor. Isto permite que seja dada uma dose muito mais alta ao tumor sem expor tecidos vizinhos, o que é impossível pela radioterapia externa. Outra vantagem da braquiterapia é que a radiação (queda de dose) ocorre muito mais rapidamente nos tecidos vizinhos, diminuindo nestes seus efeitos deletérios (no caso da próstata, retite, cistite e dermatite actínica).

 

Na indicação da braquiterapia, seu urologista concluiu que uma grande dose radiação é a melhor opção de tratamento para um câncer de próstata localizado. A braquiterapia é uma maneira de dar uma dose elevada de radiação num curto espaço de tempo, o que seria impossível com a radioterapia externa, pelas conseqüências nos tecidos vizinhos.

 

A braquiterapia ou radioterapia interna, coloca um implante radioativo o mais perto possível das células cancerosas. No lugar de um grande equipamento de radioterapia, o material radioativo é acondicionado e isolado em sementes ou cápsulas que serão introduzidas no seu organismo por meio de cateteres, agulhas ou tubos, colocados diretamente em contato com o tecido cancerígeno.As substâncias radioativas mais comumente usadas são o césio, o irídio, o iodo, o fósforo e o paládio.

A braquiterapia pode ser usada no tratamento de neoplasias malignas da cabeça e pescoço (tireóide), seios, útero, e próstata. Pode ainda ser associada à radioterapia convencional externa.

Você pode ainda ouvir os termos radioterapia intraluminal (tubos do corpo como esôfago, intestinos, estômago) ou intracavitária (cavidade natural do corpo, como a boca, vagina, narinas), mas o termo que ganhou força é a braquiterapia, e seu implante, sementes ou cápsulas.

Para a maioria dos implantes é necessária uma forma de anestesia, que pode ser regional ou geral. No caso da próstata, a mais utilizada é a regional (raquianestesia ou peridural), pois haverá apenas manipulação abaixo do umbigo. São ainda necessários equipamentos de imagem para determinar com precisão o local o implante das sementes, sendo a ecografia (ultrassom) e a radioscopia (RX em tempo real) os mais utilizados.

A indicação da braquiterapia para o câncer de próstata se faz em homens com doença localizada (TMN:T1-T2a), Gleason baixo ou moderado (6 ou menos), próstatas pequenas ou menores que 60 gramas, expectativa de vida (condições clínicas) de pelo menos 10 anos e risco cirúrgico razoável. Algumas situações dificultam o implante das sementes e devem ser avaliadas pelo seu urologista antes da indicação da braquiterapia, como tratamento cirúrgico prévio (ressecção endoscópica ou prostatectomia transvesical), hormonioterapia prévia prolongada (oral ou injetável). Ainda, algumas situações contra-indicam o procedimento, como PSA elevado acima de 20ng/ml, próstatas volumosas acima de 60 gramas, doença a distância (metástases), cálculos prostáticos (corpos amiláceos) e algumas variações anatômicas muito fechadas do arco púbico (osso atrás do pênis) que impedem a exata localização das sementes. Tais considerações são para que a braquiterapia possa trazer benefício ao cliente e não gastos desnecessários e prejuízo à sua saúde. Como ficou bem claro, apenas alguns pacientes irão se beneficiar deste método. Para os que não se encaixam nas condições ideais, não haverá benefício algum. Esta seleção rigorosa é necessária para que o tratamento seja bem sucedido.

Não é um método isento de complicações, algumas graves como veremos a seguir. Estas podem ser agudas (logo após o procedimento) como a dor perineal (entre o escroto e o ânus), sangramento urinário (perfuração da uretra ou bexiga) e retenção urinária são as mais comuns. As complicações subagudas ocorrem após 2 a 4 meses do procedimento, sendo as mais comuns os sintomas irritativos e obstrutivos como urina frequente com pouco volume, ardência urinária, jato urinário enfraquecido, necessidade de urinar à noite e sensação de bexiga cheia. As complicações tardias mais comuns são as conseqüentes à radiação, como a proctite ou retite actínica, cistite hemorrágica (actínica) incontinência urinária e impotência sexual (disfunção erétil) pela irradiação da inervação erigente, a mesma que tentamos proteger na cirurgia radical durante a dissecção da próstata e vesículas seminais.

Geralmente após o procedimento o paciente volta para o quarto e não há risco algum de contaminação do médico, enfermagem e familiares. Podem ser instituídos cuidados com urina e fezes, dependendo do implante utilizado. Assim, após a alta o paciente pode voltar às suas atividades normais.

 

Crioterapia, Criocirurgia ou Crioablação no Câncer de Próstata
 

Consiste na introdução de uma sonda ou probe que produz temperaturas baixíssimas, que destroem o tecido por congelamento. Após, haverá necrose tecidual e o material necrótico será retirado pelos macrófagos (células que retiram do nosso organismo células mortas ou doentes), com posterior cicatrização do tecido normal, tendo o tecido canceroso teoricamente sido destruído. As indicações da criocirurgia são muitos semelhantes às da braquiterapia e as complicações mais graves, como congelamento e perfuração do reto, bexiga, uretra e suas conseqüências. A dificuldade da criocirurgia é ter certeza de que as margens cirúrgicas estão seguras (livres de tumor), uma vez que não se obtém material para exame anátomo-patológico.

 


Prevenção

Sobre problemas urinários...

Atualmente, o câncer de próstata já é o terceiro tumor maligno mais diagnosticado no Brasil e o quinto que mais mata. Como a doença não provoca sintomas em sua fase inicial, o Instituto Nacional do Câncer e a Sociedade Brasileira de Urologia recomendam que todo homem a partir dos 40 anos faça uma avaliação clínica anual, uma vez que, com a detecção precoce, esse tipo de câncer tem elevado potencial de cura.

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Porque os casos de câncer de próstata vem sendo cada vez mais frequentes?

Entre 1980 e 1990 houve um aumento de 65% na incidência dessa doença, muito provavelmente devido aos avanços dos métodos diagnósticos. Como 80% dos casos de câncer de próstata são detectados em homens com mais de 65 anos, é bem possível que a sua incidência cresça com a elevação da expectativa de vida do brasileiro, cuja tendência é ultrapassar a barreira dos 70 anos no ano 2020, segundo dados oficiais.

 

Como evitar que a doença atinja cifras alarmantes de mortalidade?

O surgimento do câncer ainda não está totalmente esclarecido pela ciência, embora já se conheçam muitos fatores de risco para seus vários tipos. Assim sendo, a detecção precoce do câncer, ou seja, no estágio inicial da doença, ainda á a melhor forma de prevenção, visto que, nessa fase, há um grande potencial de cura com radioterapia ou cirurgia.

 

De que forma o homem deve proceder para se prevenir?

A partir dos 40 a 45 anos todo homem deve procurar um urologista anualmente para fazer uma avaliação clínica da próstata, ainda que esteja se sentindo bem e não tenha histórico de câncer na família. Essa avaliação consiste no toque retal - dada a proximidade da próstata com o reto - , um exame indolor qu permite ao médico identificar possíveis  lesões na região. Além disso, a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que, nessa faixa etária, todo homem realize um exame de sangue para dosar o Antígeno Prostático Benigno (PSA), substância que, quando apresenta níveis aumentados no organismo masculino, pode indicar problemas prostáticos.

 Biópsia de próstata

E quem tem histórico de câncer na família?

Para homens que têm antecedentes familiares de câncer de próstata, a preveção deve começar mais cedo, aos 40 anos, devendo incluir a avaliação clínica e a dosagem de PSA no sangue, anualmente. O mesmo vale para homens da raça negra, grupo no qual há uma incidência maior (37%) do câncer de próstata.

 

Não. Para a confirmação recorre-se, em geral, à ultrassonografia transretal, que possibilita a visualização da região e de seus eventuais comprometimentos, ainda que estes sejam imperceptíveis. O exame pode ser associado a biópsias dirigidas ou aleatórias nas áreas suspeitas, que consistem na retirada de minúsculos fragmentos da próstata para a análise de suas alterações.

 

Como a ultrassonografia é realizada?

Uma sonda em forma de bastão, devidamente protegida por um preservativo, é introduzida no reto do paciente. Na ultrassonografia com biópsia, a única diferença reside no fato de que uma espécie de agulha é acoplada a essa sonda, de forma que possa extrair fragmentos da próstata. Para evitar sensibilidade, a região é anestesiada com xilocaína antes da realização desses exames.

 

Os sintomas característicos de problemas na próstata, como dor e dificuldade para urinar, podem ser sinais de câncer?

A maioria desses sintomas decorre do aumento da próstata e, via de regra, está relacionada a alterações benignas. É importante salientar que o câncer de próstata em fase inicial, com grande chance de cura, não provoca sintomas. Daí a necessidade de avaliação anual com exame clínico e dosagem de PSA.